segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Fim de semana palmeirense

Nesse fim de semana tanto o sábado como o domingo foram dias especiais para o Palmeiras. Sábado, dia 20 de setembro, é oficialmente reconhecido pela prefeitura de São Paulo como o "dia do Palmeiras", em homenagem a 20 de setembro de 1942, quando o clube mudou de nome e, no dia do "batismo" da Sociedade Esportiva Palmeiras foi campeão Paulista com uma vitória sobre o São Paulo por 3 a 1. Dia em que o goleiro Oberdan Cattani entrou em campo de azul para mostrar que a Itália poderia não estar mais no nome mas estaria para sempre na alma do clube.
Já o domingo era uma data especial para um homem que é sinônimo de Palmeiras, cuja carreira se confunde com a própria história recente do clube. Homem, esse, que tem brilho próprio. Prova disso foi quando dez jogadores palmeirenses entraram em campo com as chamativas camisas cor verde-limão para enfrentar o Vasco todos os olhares do estádio se voltaram para o único que, discretamente, vestia azul. Como o azul de Oberdan em 42. Para todos ali era um dia especial, pois estavam presenciando algo histórico. Para ele, porém, era uma tarde/noite comum, como as outras 399 vezes em que havia sido o guardião da meta palmeirense. Afinal ele era o mesmo que 16 anos atrás, discretamente, estreava num simples amistoso diante da Esportiva de Guaratinguetá. Era o mesmo que, com paciência de principiante, esperaria mais quatro anos por uma nova chance como titular. O mesmo que, mesmo sendo reserva de Velloso, conseguiu ser convocado para a seleção. Que entrou na fogueira na Libertadores de 99 e fechou o gol. Que falhou, sim, num dos jogos mais importantes da história do clube mas nunca se abateu por isso. Que rejeitou uma proposta concreta do Arsenal para levar o seu time do coração de volta ao lugar que ele merecia. Que, humildemente, chegou a pedir ao técnico para ficar no banco porque o outro goleiro estava melhor.
Enfim, ontem foi apenas mais um jogo para ele. O palmeiras venceu por 2 a 0, com gols de Diego Souza e Alex Mineiro e ficou a apenas um ponto do líder Grêmio. O Vasco não exigiu muito do goleiro palmeirense. Ao final da partida, porém, todos só queriam falar com ele. Os demais jogadores continuavam de verde-limão, inconscientemente, suplicando um pouco da atenção de torcedores e jornalistas. Mas as atenções continuavam voltadas para o homem de azul. Pacientemente ele atendeu a imprensa, saudou a torcida e deixou o campo com a simplicidade de sempre. Simplicidade, essa, que faz dele especial, único, inconfundível. Tão inconfundível que foi desnecessário citar o seu nome nessas linhas.

André Dayan

Um comentário:

Rodrigo Miguel disse...
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