domingo, 14 de dezembro de 2008

A volta de Leão ao Galo

Emerson Leão não era a primeira opção do Atlético/MG. Mas o Atlético/MG era a única opção de Leão. O presidente do clube, Alexandre Kalil, esperou uma definição de Celso Roth com o Grêmio antes de fechar por um ano com Leão, recém-saído do futebol do Catar e sem mercado entre os demais clubes grandes do Brasil. Após três anos sem trabalhos de sucesso, o treinador tenta voltar ao topo dirigindo o time mineiro.

A trajetória de Leão é curiosa. No fim dos anos 90, ele era considerado um técnico "top" e chegou à seleção brasileira, em 2000, sem ter muitas taças no currículo. Os principais títulos dele eram o módulo amarelo do Brasileirão de 87 pelo Sport(considerado o campeão nacional pela CBF) e duas Copas Conmebol, em 97 e 98, com o próprio Atlético/MG e com o Santos. Após uma passagem ruim no comando da Seleção, Leão estava por baixo quando assumiu o Santos, em junho de 2002. Mas foi na Vila Belmiro, onde ficou até maio de 2004, que o treinador realizou o seu melhor trabalho na carreira. Leão nunca foi considerado "o melhor treinador do Brasil", pois sempre viu Vanderlei Luxemburgo ou Felipão carregarem esse rótulo. Em 2005, no São Paulo, ele teve essa chance. Luxemburgo e Felipão estavam fora do país e Leão havia conquistado o Campeonato Paulista e tinha boas chances de levar ,também, a Libertadores para o Morumbi. Mas preferiu ir para o Japão. De lá pra cá, sua carreira degringolou. O seu único bom momento foi na volta do Japão, ainda em 2005, quando tirou o Palmeiras do 16° lugar no Brasileiro e classificou o time para a Libertadores. Mas ele virou um "técnico-bombeiro", chamado sempre em situações de emergência, mas que se mostrava ineficiente para montar um elenco no início da temporada. Desde 2006, todos os times que começaram o ano com Leão no comando terminaram brigando contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro: O próprio Palmeiras, em 2006, o Corinthians, que caiu em 2007, e o Santos na atual temporada.

Os trabalhos recentes não credenciam Leão ao sucesso no Atlético. Por isso ele não era a primeira opção da diretoria. Mas o Atlético, atualmente, também não é a primeira opção dos principais nomes do mercado. Ambos farão uma espécie de casamento por interesse: Após fracassar no ano do seu centenário, o clube mineiro precisa voltar a ganhar títulos. Já Leão nunca necessitou tanto de uma taça. O cenário é parecido com o do Santos de 2002. Mas nada indica que na Cidade do Galo haja garotos como Diego e Robinho.

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