domingo, 12 de outubro de 2008

Com goleada, Brasil encerra o seu pior primeiro turno nas Eliminatórias

Como tem sido rotina nessas Eliminatórias, a vitória da seleção brasileira sobre a Venezuela, por 4 a 0, serviu para dar um pouco de tranquilidade ao técnico Dunga no cargo, pelo menos até que o próximo tropeço volte a colocar em xeque o trabalho dele. Mas a goleada desse domingo em San Cristobal serviu, também, para mostrar algumas coisas sobre a seleção. A primeira delas é que Kaká, mais até do que Ronaldinho Gaúcho, é indispensável ao time. O jogador do Milan marcou um belo gol, deu um grande lançamento que iniciou a jogada do terceiro gol, marcado por Adriano, e foi o cérebro do time. Mas Kaká, com certeza, teve muito mais espaço para jogar do que imaginava. Isso porque a Venezuela repetiu o mesmo erro do Chile quando enfrentou o Brasil no mês passado: querer jogar de igual pra igual e dar espaço para o adversário jogar em velocidade quando recuperava a bola. E aí entra a segunda constatação tirada desse jogo: a de que o Brasil só joga bem quando tem o contra-ataque a sua disposição. É só lembrar que os grandes momentos da equipe sob o comando de Dunga (que não foram muitos) ocorreram com o time atuando dessa forma: as duas vitórias por 3 a 0 sobre a Argentina (naquele amistoso em 2006 e na final da Copa América), os 3 a 0 sobre o Chile e essa vitória contra a Venezuela. Mas a seleção tem sérias dificuldades quando precisa jogar com a posse de bola, contra um adversário plantado na defesa, como foi contra a Bolívia e como provavelmente será contra a Colômbia, que tem muito mais qualidade do que a equipe boliviana.
Com 16 pontos, o Brasil termina o primeiro turno em segundo lugar. Pode até ser bom, mas é a pior campanha da seleção desde que as eliminatórias são disputadas nesse sistema. Em 2006 a equipe treinada por Parreira terminou o turno na liderança, com 19 pontos. Até a campanha classificatória para a Copa de 2002, que ficou marcada pela dificuldade que o Brasil teve para garantir a vaga, estava melhor nessa altura da competição: a seleção ocupava a mesma vice-liderança de hoje, mas com 17 pontos. Mas é bom lembrar que, ao final da disputa, a vaga foi garantida com 30 pontos.
Isso mostra que, mesmo com todos os defeitos da equipe de Dunga, a seleção não deve sofrer tanto para se classificar para a Copa do Mundo. Mas ainda está muito difícil imaginar esse time ganhando o hexa.

André Dayan

Nenhum comentário: