quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Cuca fora do lugar

Atualmente se discute muito se o treinador deve ter também a função de manager, ou seja, cuidar de tudo o que envolve o futebol do clube, dentro e fora de campo. Ao contrário do que pregam alguns "anti-luxemburguianos", isso é uma boa para o futebol brasileiro, claro, desde que obrigue os clubes a fazerem um projeto pelo menos de médio prazo. Porém, antes de pensar em participar da administração dos clubes, muitos técnicos precisam aprender a administrar a própria carreira. Um grande exemplo disso é Cuca, demitido do Fluminense nesta quinta-feira.
Em maio, quando foi eliminado pelo Corinthians nas semifinais da Copa do Brasil, Cuca encerrou um trabalho de dois anos no Botafogo(ignorando, claro, aquela "saída-relâmpago" do clube após a derrota pro River na Sul-Americana). Embora não tenha conquistado nenhum título pelo alvinegro, o técnico montou um bom time em 2007 e teve papel importante na reconstrução do clube carioca. Para Cuca, aquele era o momento de uma "retirada estratégica" do mercado, para voltar a trabalhar apenas no ano que vem. Ele com certeza seria um dos treinadores mais requisitados em janeiro. Mas não. Cuca não resistiu à oportunidade de embarcar na primeira barca furada que apareceu, no caso o Santos. Sua passagem pela baixada durou menos de dois meses e ele não conseguiu tirar o time do buraco.
Como diz o ditado:"errar é humano, mas persistir no erro é burrice". Pois bem. Menos de dez dias depois de sair do Santos, Cuca assumiu o Fluminense. E até começou bem, com duas vitórias. Mas uma seqüência de sete partidas sem vencer e a 19ª colocação no Campeonato Brasileiro acabaram por derrubá-lo mais uma vez.
Em entrevista coletiva nessa quinta-feira, Cuca assumiu o "erro estratégico" nas escolhas que fez esse ano: "Vou dar uma pausa na minha carreira até o fim desta temporada. Estava precisando disso desde a minha saída do Botafogo, mas resolvi aceitar o Santos por causa da amizade que tinha com o presidente Marcelo Teixeira", disse o técnico. Antes tarde do que nunca. Mas, sem dúvida, os dois últimos trabalhos arranharam o prestígio do treinador. De qualquer maneira, esses dois meses de descanso farão bem à Cuca. Isso, claro, se no meio do caminho não aparecer uma proposta para treinar Figueirense, Portuguesa, Ipatinga...

Em tempo: Para o lugar de Cuca a diretoria do Fluminense anunciou a contratação de Renê Simões. Ainda bem que o clube carioca tem um cardiologista como presidente e é patrocinado por um plano de saúde, porque só o torcedor que tiver coração forte vai agüentar essa reta final do campeonato.

André Dayan

Um comentário:

Rahal disse...

andré Dayan e seus trocadilhos pertinentes! :) hahaha