segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O melhor jogo do campeonato

É tão raro nos últimos tempos um jogo corresponder às expectativas que, quando isso acontece, é visto como algo extraordinário. Pois o empate entre Palmeiras e São Paulo foi mesmo extraordinário. Não foi só o melhor jogo deste Campeonato Brasileiro como, também, um dos melhores da história recente do clássico.
O Palmeiras jogou melhor. O São Paulo, com mais inteligência. O erro alviverde foi tentar o "nocaute no primeiro round", partindo com tudo para o ataque desde o início. Acabou tomando o contra-golpe e, logo aos três minutos de partida, viu Jean ficar no "mano a mano" com Léo Lima dentro da área e sofrer penâlti. O lance evidenciou o erro do técnico Vanderlei Luxemburgo de não escalar Pierre ao invés de Maurício. Com isso, não tinha ninguém para proteger a lenta zaga palmeirense, papel que vinha sendo desempenhado nos últimos jogos por Martinez. Rogério Ceni abriu o placar e, antes da saída de bola, Diego Souza e Borges foram explulsos, num exagero do árbitro Sálvio Spínola. Luxemburgo, então, sacou Maurício e colocou o meia Evandro. A partir daí, mais do que nunca, o Palmeiras partiu com tudo para o ataque e o São Paulo se retrancou ainda mais e apostou nos contra-ataques. Um gol poderia sair a qualquer momento. O de empate só não saiu por causa de Rogério Ceni, que fez três boas defesas, e da sorte do goleiro tricolor, que viu uma cabeçada de Alex Mineiro bater no travessão e na linha do gol. O gol são-paulino também poderia sair a qualquer momento, em um dos contra-ataques que os atacantes ficavam no "mano a mano" contra os lentos Gustavo e Roque Jr.. Acabou saindo o gol do São Paulo, em um belo chute de Dagoberto, aos 45 minutos do primeiro tempo. O 2 a 0 não era justo, mas isso também faz parte de um grande jogo. Marcos, como sempre enxergando bem a partida, reclamou que o time começou o jogo como se fosse o fim dos tempos.
No segundo tempo, Luxemburgo corrigiu um erro e colocou Pierre no lugar de Léo Lima. Com cinco minutos, o técnico gastou a última substituição, ao botar Denílson no lugar de Sandro Silva e mandar o time de vez ao ataque. Os primeiros 30 minutos foram do Palmeiras tentando furar a retranca adversária, sem sucesso. Apesar de ter a posse de bola, o alviverde não tinha ninguém para armar o jogo, coisa que nem Evandro e muito menos Denílson fazem com qualidade. A tática, então, passou a ser mandar a bola para Kléber "se virar". Em uma dessas, o atacante, que estava em tarde inspirada, chutou forte de esquerda, Rogério espalmou e a bola foi para Denílson, que finalmente havia saído do meio e ido para a ponta-direita, dominar, driblar André Dias, ir à linha de fundo e cruzar para Kléber, de carrinho, diminuir para o Palmeiras e incendiar o jogo. Dois minutos depois, a sorte mudou de lado. Em falta na ponta-esquerda, Leandro tentou cruzar, mas Dagoberto desviou e fez a bola entrar no canto direito de Rogério. Nos últimos dez minutos, Hernanes ainda perdeu uma chance clara de gol e Roque Jr. foi expulso.
O empate, mesmo não sendo bom para ninguém, foi justo. Porque em um jogo como esses ninguém merecia perder. Mas o São Paulo perdeu a chance de conquistar uma vitória que seria um marco, em um ano que o time não empolgou a sua torcida em nenhum momento, para partir rumo ao tri. O Palmeiras perdeu a segunda colocação e, também, a chance de assumir a liderança devido à derrota do Grêmio. Pelo menos os dois diminuíram a diferença para o time gaúcho, numa tarde em que ambos apresentaram futebol de time campeão. Coisa que o líder Grêmio ainda não fez nesse campeonato.

André Dayan

Um comentário:

Anônimo disse...

o gremio não apresento futebol de campeão nem qndo ganho de 7 do figueirense?!