segunda-feira, 23 de março de 2009

Passado, presente e futuro

Durante a semana o que monopolizou o noticiário sobre o jogo entre Corinthians e Santos foi o "duelo" de Ronaldo contra Neymar. Era o craque consagrado e a talentosa promessa. Dentro de campo, porém, nenhum dos dois foi decisivo na vitória do Corinthians por 1 a 0. Após o jogo, o sentimento que fica é de que os dois atacantes ficaram devendo futebol no Pacaembu. Mas é de se pensar se podemos cobrar deles atuações muito melhores do que a deste domingo. Afinal, trata-se de um garoto de 17 anos e de um atleta em fim de carreira.

Ronaldo tem sido a principal atração do futebol brasileiro nesse início de ano, diga-se de passagem, muito mais pela "grife" do que por grandes atuações recentes. Em campo, quando ele pega na bola, qualquer um nota que se trata de um jogador tecnicamente acima da média. Mas não se pode esperar dele atuações no mesmo nível de alguns anos atrás, quando ele estava na Europa. O Ronaldo do Corinthians viverá de lampejos. Não jogará todos os jogos. Quando jogar, terá algumas atuações memoráveis; terá outros jogos em que aparecerá pouco, mas poderá decidir numa jogada; e terá, ainda, várias partidas em que ele estará apagado, em que as pernas não obedecerão o cérebro que, inconscientemente, tentará executar jogadas das quais ele não é mais capaz de fazer. Quando isso acontecer, a sorte do Corinthians é ter como técnico Mano Menezes, que não hesitará em sacar Ronaldo de campo quando ele, eventualmente, estiver atrapalhando a equipe.

Já Neymar, a promessa, também tem sido bastante badalado pelos lados da Vila Belmiro. Apesar dos poucos jogos (e da pouca idade), já é possível ver que se trata de um jogador diferenciado. Mas não se pode exigir que ele seja o protagonista da equipe, como se já fosse um jogador pronto. Quando ele for esse jogador, provavelmente já estará no futebol do exterior.

O clássico desse domingo e o "duelo" entre Ronaldo e Neymar é a síntese do futebol brasileiro da atualidade, onde as atrações são os jogadores que já voltaram do exterior e os que ainda não foram; os craques do passado e os prováveis craques do futuro. Já os craques do presente...esses só na Europa.

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